A OMS afirma que não há evidência que pacientes recuperados de infecções causadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) são imunes à reinfecção.
A OMS publicou orientações das medidas para a próxima fase da resposta ao COVID-19. Recentemente alguns governos sugeriram que a detecção de anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19, poderia servir de base para um "passaporte imunológico" ou "certificado sem risco" que permitiria que os indivíduos viajassem ou retornassem ao trabalho assumindo que eles estão protegidos contra reinfecção.
A OMS alerta que atualmente,, não há evidências de que as pessoas que se recuperaram do COVID-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção.
Anticorpos específicos para COVID-19
O desenvolvimento da imunidade a um patógeno através de uma infecção natural é um processo de várias etapas que geralmente ocorre ao longo de uma a duas semanas. O corpo responde a uma infecção viral imediatamente com uma resposta inata inespecífica na qual macrófagos, neutrófilos e células dendríticas retardam o progresso do vírus e podem até impedir que ele cause sintomas.
Essa resposta inespecífica é seguida por uma resposta adaptativa, na qual o corpo produz anticorpos que se ligam especificamente ao vírus para combatê-lo. Esses anticorpos são proteínas chamadas imunoglobulinas.
O corpo também produz células T que reconhecem e eliminam outras células infectadas pelo vírus. Isso é chamado de imunidade celular. Essa resposta adaptativa combinada pode eliminar o vírus do corpo e, se a resposta for forte o suficiente, pode impedir a progressão para uma doença grave ou reinfecção pelo mesmo vírus.
A OMS continua a revisar as evidências das respostas de anticorpos à infecção por SARS-CoV-2. A maioria desses estudos mostra que pessoas que se recuperaram de uma infecção têm anticorpos para o vírus. No entanto, algumas dessas pessoas têm níveis muito baixos de anticorpos neutralizantes no sangue, sugerindo que a imunidade celular também pode ser crítica para a recuperação.
Até o dia 24 de abril de 2020, nenhum estudo conseguiu avaliar se a presença de anticorpos para SARS-CoV-2 confere imunidade a infecções subsequentes pelo novo coronavírus em humanos.
Testes de laboratório que detectam anticorpos para SARS-CoV-2 em pessoas, incluindo testes rápidos de imunodiagnóstico, precisam de validação adicional para determinar sua precisão e confiabilidade. Os testes imunodiagnósticos imprecisos podem categorizar falsamente as pessoas de duas maneiras:
- a primeira é que eles podem rotular falsamente as pessoas que foram infectadas como negativas;
- e a segunda é que as pessoas que não foram infectadas são falsamente rotuladas como positivas.
Ambos os erros têm sérias conseqüências e afetarão os esforços de controle. Esses testes também precisam distinguir com precisão entre infecções passadas por SARS-CoV-2 e aquelas causadas pelo conjunto conhecido de seis coronavírus humanos. Quatro desses vírus causam o resfriado comum e circulam amplamente. Os dois restantes são os vírus que causam a Síndrome Respiratória no Oriente Médio e a Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Muitos países estão agora testando anticorpos SARS-CoV-2 em nível populacional ou em grupos específicos, como profissionais de saúde, contatos próximos de casos conhecidos ou dentro de residências. A OMS apóia esses estudos, pois são críticos para a compreensão da extensão e dos fatores de risco associados à infecção. Esses estudos fornecerão dados sobre a porcentagem de pessoas com anticorpos COVID-19 detectáveis, mas a maioria não foi projetada para determinar se essas pessoas são imunes a infecções secundárias.
Outras considerações
Neste ponto da pandemia, não há evidências suficientes sobre a eficácia da imunidade mediada por anticorpos para garantir a precisão de um "passaporte de imunidade" ou "certificado sem risco". As pessoas que assumem que estão imunes a uma segunda infecção porque receberam um resultado positivo no teste podem ignorar os conselhos de saúde pública. O uso de tais certificados pode, portanto, aumentar os riscos de transmissão continuada. À medida que novas evidências se tornarem disponíveis, a OMS vai atualizar os resumos científicos e vamos divulgar no PFARMA.
As possibilidades de reinfecções podem causar uma segunda onda pandêmica da COVID-19 seguida de outras ondas posteriores, caso não seja desenvolvida uma vacina contra o coronavírus, e aumentar a necessidade de distanciamento social.
Fonte: PFarma
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