Por Fernanda Rouvenat e Marco Antônio Martins, G1 Rio
A Polícia Civil do RJ prendeu nesta quinta-feira (10) um empresário apontado como chefe de uma quadrilha que aplicava golpes em servidores públicos, militares e aposentados.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões dos suspeitos.
O esquema envolvia promessas de altos ganhos em aplicações que não existiam. As vítimas eram orientadas a contrair empréstimos em bancos ou instituições de crédito regulares e repassar esse valor à quadrilha. O dinheiro, porém, afirma a polícia, era gasto em viagens e jamais retornava.
Roniel Cardoso dos Santos foi preso em casa, no Anil, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Com ele a polícia encontrou dinheiro em espécie.
A operação busca ainda outros cinco suspeitos e cumpre 36 mandados de busca e apreensão em endereços em São Paulo, Brasília e Maranhão.
No Nordeste houve ainda uma prisão em flagrante: Charleylson Bezerra da Silva estava com uma arma irregular.
Roniel Cardoso dos Santos foi preso em casa, no Anil — Foto: Reprodução
Procurados na operação
- Antônio Bruno Cardoso dos Santos;
- Gabriel Almeida Piquet de Oliveira;
- Laylson Santos dos Santos;
- Luana Cardoso dos Santos;
- Luciene Assunção da Silva;
- Roniel Cardoso dos Santos, preso.
Viagens e política
A polícia afirma que a quadrilha de Roniel iludia as vítimas com "aplicações no agronegócio", cuja rentabilidade era garantida por "fazendas no Maranhão".
Em um dos mandados de busca, a polícia encontrou um roteiro para operadores de telemarketing lerem, a fim de angariar clientes.
"Como funciona o nosso investimento: o senhor tem hoje uma margem consignável que servia para fazer empréstimo, certo?", orienta o texto. "Agora essa margem consignável pode ser investida e gerar lucro mensalmente. Resumidamente é um aluguel da sua margem", tenta explicar.
O dinheiro das vítimas, no entanto, era gasto em viagens para a própria quadrilha.
Segundo as investigações, o grupo também planejava se fortalecer politicamente no Maranhão. Parte do dinheiro do golpe era investido no lançamento de candidaturas a cargos eletivos, com a finalidade de se beneficiar financeiramente e dar respaldo e imunidade à quadrilha.
Folheto na sede da Reali Promotora Assistência Pessoal, no Centro — Foto: Reprodução
Os seis vão responder pelos seguintes crimes:
- Associação criminosa;
- Estelionato;
- Crime contra a ordem econômica e das relações de consumo;
- Lavagem de dinheiro.
A operação foi desencadeada pela Delegacia-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro do RJ e tem o apoio da Superintendência de Polícia Civil do Maranhão e da Coordenadoria de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal.
Dinheiro encontrado na casa de Roniel — Foto: Reprodução
Casa de Gabriel, um dos procurados na operação contra golpistas — Foto: Reprodução
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