Ataque a índios: Dois índios tiveram membros decepados, 13 foram feridos

O conflito entre índios e fazendeiros registrado nesse domingo (30) deixou 13 índios feridos com golpes de facão e pauladas,  no Povoado das Bahias, município de Viana (MA). De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, não há  confirmação de mortes até o momento.
Três índios continuam hospitalizados no Hospital  de Urgência e Emergência Clementino Moura (Socorrão II)  e ao  menos um deles continua em estado grave – o índio Aldenir de Jesus Ribeiro, que teve as mãos decepadas no conflito, que aconteceu na tarde deste domingo (30) .  Os feridos foram socorridos por membros  das Polícias Civil e Militar, que encaminharam os feridos para as Unidades de Saúde de Viana e Matinha e os mais graves, posteriormente,  para São Luís.
A expectativa do CIMI é de que os números de baleados e feridos pode aumentar, e isso se deve ao fato de que os Gamela se espalharam após a investida dos fazendeiros e seus capangas, entre 16h30 e 17 horas do domingo.  Segundo o Conselho, os criminosos estavam reunidos para atacar os indígenas ao menos desde o início da tarde, nas proximidades do Povoado da Bahias, numa área chamada de Santero.
De acordo com o CIMI,  dois dos três índios que ainda estão internados passaram por cirurgias no hospital  e cinco dos índios feridos foram baleados em diversas partes do corpo.
Na manhã desta segunda-feira (1 º), dois Gamela receberam alta: um levou um tiro de raspão na cabeça e teve apenas uma das mãos machucadas e o segundo levou um tiro no rosto e outro no ombro, mas sem prejuízos para os órgãos vitais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), estes foram identificados como Domingos Gomes Rabelo, de 60 anos, e Jorge Albuquerque Rabelo, de 36 anos.
“Um deles levou dois tiros, uma bala está alojada na coluna e a outra na costela, teve as mãos decepadas e joelho cortados. O irmão dele levou um tiro no peito. Outro teve as mãos decepadas”, relata integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que esteve com os Gamela hospitalizados em São Luís. Carros de apoiadores dos Gamela, inclusive, tiveram que cuidar de algumas locomoções de feridos pela falta de ambulâncias.  
Em Viana e nos municípios do entorno, os feridos receberam atendimento médico com cortes de facão pelo corpo e lesões diversas. 
“Tememos novos ataques a qualquer momento. A concentração de jagunços segue estimulada e organizada no Santero, o mesmo lugar de onde saíram ontem pra fazer essa desgraça com o povo da gente. A polícia tá dizendo que não foi ataque, mas confronto. Não é verdade, fomos pegos de tocaia enquanto a gente saía da retomada. Mal podemos nos defender, olha aí o que aconteceu”, diz um Gamela que não identificamos por razões de segurança.  
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